quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Principais Tecnologias para Internet Banda Larga (Wired)

DSL (Digital Subscriber Lines)
    Esta é uma das primeiras tecnologias de banda larga a ganhar escala e uma das mais utilizadas no mundo na última década. Funciona em cima da infraestrutura da telefonia fixa mas não se trata da conexão discada (dial up) e sim da utilização do par de fio de cobre, que compõe esta rede telefônica, explorando sua potencialidade ociosa de transmissão. A inovação da tecnologia DSL consiste justamente em “ocupar” parte deste canal através de frequências específicas, possibilitando deste modo a transmissão de dados digitais sem que isso interrompa a transmissão de voz do serviço de telefonia. A principal razão de sua expansão e uma das suas principais vantagens é a utilização da infraestrutura já existente do serviço telefônico. No entanto, apesar de ter um custo de implantação menor, quando comparada a outros casos que exigiriam a criação de uma rede totalmente nova, esta tecnologia requer um número razoável de centros de operação: 
    Na esteira do desenvolvimento técnico, existe hoje um conjunto de inovações que tem aumentado o desempenho desta tecnologia, como ADSL2+, HDSL (High-data-rate DSL) VDSL (Very High Speed DSL), EFMC (Ethernet in the First Mile over Copper) e Etherloop. Por exemplo, a tecnologia ADSL2+ oferece um aumento na cobertura, redução do consumo de energia e dos ruídos de cruzamento de voz (cross-talk). Em 2010, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o xDSL era responsável por quase 60% dos acessos à banda larga no Brasil.

Cabo-modem
    Também está dentre as primeiras tecnologias adaptadas para o serviço de banda larga. Utiliza-se das redes de transmissão de TV por assinatura através de canais físicos (cabos coaxiais) entre o provedor do serviço e a residência. A televisão a cabo se configurou como uma estrutura de circuito fechado (distinta da TV aberta), cuja função inicial era a entrega de conteúdo audiovisual contratado. A conexão à Internet foi um adendo agregado a esta estrutura que serve como um duto por onde o sinal trafega até ser decodificado por um modem na ponta do processo. Por isso, esta tecnologia é conhecida como cabo-modem (cable modem). Assim como o DSL, também tem a vantagem de utilizar infraestrutura pré-existente, ainda que não esteja tão disseminada quando comparada à rede telefônica. A principal desvantagem deste meio para a conexão à banda larga está na sua limitação quanto ao fluxo: 
    No Brasil, conforme dados da Anatel, este tipo de conexão terminou a primeira década como a segunda mais importante: em 2000 era responsável por cerca de 2,6% dos acessos à banda larga no país; em 2010, esse percentual chegou a quase 24%. 

Fibra Ótica
    É baseada na transformação da informação em luz que viaja através de um canal físico na forma de um cabo constituído por várias camadas (distinto do cabo coaxial). A estrutura da fibra ótica geralmente inclui proteção plástica, fibra de fortalecimento, revestimento interno, camada de refração e núcleo. Este último, também chamado de core, é produzido em fibra de vidro, sendo a via de fato por onde os pulsos de luz viajam transportando bits. Tem sido considerada a mais robusta tecnologia para o tráfego de dados, com grande capacidade e velocidade. Apesar da sua superioridade quanto a outras tecnologias, seu uso ligando diretamente o provedor a residências (FTTH – Fibre-to-the-home) ainda enfrenta resistências devido ao custo de implantação: 
    As redes de fibra ótica são hoje bastante utilizadas nas grandes infovias (backbones e backhauls) transportando imenso volume de dados entre cidades, regiões, países e continentes. No Brasil, dados de 2012 registravam cerca de 243 milhões de quilômetros desta tecnologia instalados. Apesar do número aparentemente expressivo, este montante ainda está aquém das necessidades reais do país diante da larga porção territorial e, além disso, apenas uma percentagem diminuta desta tecnologia chega de fato às residências. Na prática significa dizer que, embora possa existir um backhaul de fibra ótica em algumas cidades, isso não quer dizer que haja uso doméstico deste tipo de tecnologia de forma direta. No país, conforme dados da Anatel de 2012, apenas 0,2% dos acessos à banda larga ocorriam através de fibra ótica diretamente ligada às residências (FTTH – Fiber-to-the-home).

PLC (Power Line Communications) 
    Também conhecida como BPL (Broadband Over Powerline ou banda larga sobre linhas de força) consiste na transmissão de dados através da rede de distribuição de energia elétrica. O funcionamento técnico é complexo, mas o princípio é relativamente simples: o sinal trafega no mesmo meio físico da rede elétrica sem que isso prejudique o fornecimento de energia, já que cada um opera em frequências distintas. Embora tenha terminado a primeira década deste século mais como um projeto do que como uma realidade, esta tecnologia tem sido destacada como uma promessa para inclusão digital devido ao seu grande potencial em expandir-se quando vinculada às altas taxas de penetração da rede elétrica: 
    Dentre essas principais barreiras estão: (a) para possibilitar o acesso à banda larga o serviço precisa de adaptações e novos equipamentos acoplados à rede elétrica; (b) o sinal sofre degradações conforme se distancia do ponto central de distribuição da infovia; (c) para se tornar competitivo, este tipo de banda larga precisa ainda ganhar em escala e teria de enfrentar diretamente a concorrência de tecnologias que já estão mais ou menos desenvolvidas e ocupando uma fatia expressiva do mercado como cabo, xDSL e 3G; (d) ruídos no processo de comunicação provenientes dos atuais transformadores também são um problema técnico ainda não totalmente solucionado; (e) oscilação por causa de instabilidades climáticas. As características da estrutura da rede em países como o Brasil também reforçam estas barreiras: 
    A conexão via rede elétrica também necessita de melhorias técnicas para driblar questões como a queda de velocidade na transmissão devido à interferência de aparelhos e equipamentos elétricos. Diante destas limitações, esta tecnologia ainda demandaria investimentos, pesquisa e desenvolvimento tecnológico adequado para ganhar em escala e qualidade. 
    Do ponto de vista da regulamentação, o serviço está apto para ser oferecido no Brasil. Em 2009, a Anatel publicou a Resolução 527, que aprova o Regulamento sobre Condições de Uso de Radiofrequências por Sistemas de Banda Larga por meio de Redes de Energia Elétrica (BPL). Como envolve a rede elétrica, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também publicou no mesmo ano a resolução normativa nº 375, que estabeleceu as condições de compartilhamento da infraestrutura das distribuidoras. Porém, até 2010, dados da Anatel apontam que este tipo de tecnologia praticamente inexistia no país


Fonte: http://www.caminhosdabandalarga.org.br/2012/10/capitulo-1/

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