sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Principais Tecnologias para Internet Banda Larga (Wireless)

Rádio, Wi-Fi e Wimax
    A maioria das conexões de banda larga sem fio (wireless) é, atualmente, conexões via ondas de rádio. Trata-se da transmissão de sinais através do “ar” ou, para ser mais exato, através do espectro radioelétrico. Consiste nas mesmas vias em que recebemos o sinal de radiodifusão das emissoras radiofônicas ou televisivas abertas. O sistema funciona mediante a disposição de antenas repetidoras em pontos estratégicos, até chegar ao aparelho decodificador do usuário final. Podemos agrupar três gerações deste meio bastante utilizadas: a conexão via radiotransmissores de frequência específica, o Wi-Fi e o Wimax. A primeira foi bem difundida no Brasil como uma alternativa de conexão para onde não chegavam as tecnologias a cabo e DSL. Posteriormente, passou a ser empregada em condomínios e prédios através da instalação de antenas no topo de edifícios, sendo a conexão rateada entre as residências. Para isso, o provedor opera em uma faixa específica de frequência previamente estipulada conforme parâmetros do órgão regulador das telecomunicações. A segunda, chamada de Wi-Fi (Wireless Fidelity), diz respeito a um tipo inovador de transmissão via ondas de rádio que ganhou popularidade mundial nos últimos anos. Sua expansão se deu principalmente por dispor de boas taxas de transmissão e utilizar uma faixa livre do espectro que não requer licenciamento prévio, o que possibilitou tornar-se um padrão mundial de rede única wireless (sem fio) para desenvolvedores, fabricantes de equipamentos, prestadores de serviços e usuários finais. Já a terceira, a tecnologia Wimax, pode ser compreendida como uma evolução do Wi-Fi, que buscou aprimorar algumas de suas fragilidades (como raio de cobertura e interferências), sendo melhor projetada para atuar em regiões metropolitanas. De certo modo, ambas as tecnologias são complementares e interoperáveis: o Wi-Fi está bastante difundido e adequado para uso doméstico ou para pequenas áreas de cobertura ou espaços fechados (casas, prédios etc.). Já o Wimax pode fazer melhor a ligação do último quilômetro em áreas abertas (como praças, ruas, parques) em centros urbanos.
    Apesar das vantagens e do baixo custo de implantação (principalmente no caso das tecnologias Wi-Fi e Wimax), a Internet via ondas de rádio possui algumas limitações: (a) consegue transmitir em banda larga, mas ainda possui taxa de transmissão restrita quando comparada a outras tecnologias físicas (como fibra ótica, DSL e cabo); (b) para evitar as chamadas “sombras” (áreas não cobertas) requer a implantação de uma infraestrutura de pontos de transmissão geograficamente localizados de modo estratégico para cobrir uma determinada área, já que o sinal enfraquece conforme se distancia do centro de conexão; (c) barreiras físicas (como prédios, montanhas e outros acidentes geográficos) afetam a conexão; e (d) condições climáticas também podem interferir na qualidade da transmissão do sinal mesmo com os avanços da tecnologia Wimax.

Móvel 3G e 4G

    Esta tecnologia também ocorre através do espectro de radiofrequência utilizando especificamente as faixas destinadas à telefonia celular e operadas por empresas neste ramo. A denominação “3G” significa “terceira geração”, isto é, após a primeira e a segunda gerações da telefonia móvel, que marcaram as fases iniciais deste setor, a inovação técnica da terceira geração possibilitou a entrada das operadoras de celular na prestação do serviço de banda larga.
   Em suma, na perspectiva do usuário, a principal característica do serviço móvel é que ele oferece cobertura onipresente e contínua (ou algo que se aproxime disso, a depender da infraestrutura instalada). Cada estação de base móvel pode oferecer suporte a usuários até vários quilômetros de distância. As torres de celulares são ligadas umas às outras por uma rede de backhaul que também fornece ao público interligação com a rede fixa comutada de telecomunicações e outros serviços. Já a quarta geração, chamada de 4G, partilha da mesma natureza básica do 3G, porém traz um expressivo aumento da velocidade de transmissão de dados e foi projetada para ser mais integrada aos sistemas baseados em IP (Internet Protocol), se posicionando melhor no cenário da convergência digital.
    Quanto às desvantagens, a banda larga móvel sustenta, em linhas gerais, as mesmas limitações das transmissões via ondas de rádio elencadas no item anterior. Com a quarta geração desta tecnologia, algumas melhoras já podem ser percebidas. Ainda sim, apesar do aumento da velocidade, a largura de banda continua inferior quando comparada às tecnologias físicas como fibra ótica.
    No Brasil, o serviço 3G entrou em operação em 2004 e vem se desenvolvendo como um serviço agregado ao mercado de telefonia móvel desde então. Apesar de ter atingido um número expressivo de assinantes, o serviço tem sofrido críticas devido à promessa de conexão em alta velocidade, quando isso nem sempre ocorria efetivamente na maioria dos casos. Em agosto de 2011, o problema chegou a ser tema de audiência pública na Câmara dos Deputados. Em julho de 2012, as maiores operadoras de telefonia móvel foram provisoriamente impedidas pela Anatel de comercializar novas linhas, incluindo o serviço 3G. A medida foi motivada pelo volume de reclamações de consumidores e também com base nas análises da agência, que constatou baixas performances das empresas no que se refere à qualidade na prestação do serviço.

Satélite

    Trata-se do serviço de banda larga sem fio que também se dá através do espectro, porém utilizando a triangulação entre estações, satélites e receptores. A conexão via satélite tem sido uma opção principalmente para empresas e escritórios governamentais que precisam do serviço, mas estão localizadas em áreas remotas, rurais ou ilhas onde não há infraestrutura física de acesso à rede. Também permite o serviço remoto a navios, trens, veículos e outros meios de transporte. Potencialmente, está apto a ofertar a conexão a qualquer região do globo. Nesta categoria, também podemos incluir o serviço DTH (Direct to Home), uma tecnologia que utiliza satélites para prestar serviços de TV por assinatura e que também vem sendo adaptada para o acesso à Internet banda larga.
Quanto às desvantagens da tecnologia via satélite, podemos sintetizar as seguintes limitações: (a) a capacidade de transmissão da banda é baixa comparada a outras tecnologias, principalmente aquelas de infraestrutura física; (b) apesar da diminuição do preço do serviço nos últimos anos, esta ainda é uma tecnologia de difícil acesso para o usuário final, devido ao alto custo do serviço, que requer a alocação de satélites que operam na órbita da Terra; (c) este tipo de conexão possui um índice de latência bastante alto em comparação a outras tecnologias, devido ao tempo que o sinal percorre entre satélites e destes com as estações na Terra; (d) podem ocorrer problemas de interferência atmosférica e climática na transmissão, especialmente em regiões tropicais.
    No Brasil, a utilização do serviço de banda larga via satélite ainda era bastante diminuto pelo menos até 2010. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações apontam que os acessos à banda larga através desta tecnologia não chegavam a 1,5% do total (sendo 0,26% através de DTH e 0,96% através de operadoras de satélite propriamente dito).


Fonte: http://www.caminhosdabandalarga.org.br/2012/10/capitulo-1/

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